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    - Se alguém me ligar, fala que eu num tô


    - Se alguém me ligar, fala que eu num tô. Diz Nataly para sua própria consciência.

    Mas talvez seja alguém procurando pelo cartório. Inúmeras ligações de gente que eu não faço ideia de quem seja.
    Mas e se... E se... E se alguém estivesse procurando por mim? Bela sacada. Eu não atendo mais meu telefone. Não, eu não quero falar. Eu detesto telefone. E estou criando um ódio mortal por comunicadores instantâneos (salvo raríssimas exceções, como o caso daquela amiga que mora longe e/ou o amigão, né?).
    Essa coisa de perseguição é uma merda. Eu odeio telefone, celulares... Odeio a pressão que existe em "respostas imediatas". Tão bom poder olhar no olho e pegar no ar o que a pessoa tá sentindo.
    Né?
    Simples e indolor.
    Ou não.
    Talvez, simplesmente, algo que possa transparecer e não ter uma "coisa" impedindo. Como o tal aparelho telefônico.
    Nem sei porque eu tenho um número de telefone.
    Tá.
    Eu sei sim.
    Fui obrigada a ter um aparelho de telefone porque me obrigaram a ter uma linha de telefone.
    Maldição! Raios e trovões!
    Ah, como odeio.
    Odeio ligações direcionadas a mim.
    Odeio telefone.
    Odeio odiar telefone.
    Odeio odiar.
    Odeio.

    Credo, que repugnância, Dona Nataly Munhoz!

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