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    Cabelo cheio de pontas duplas


    Tem tempo para reconhecer que é preciso andar para chegar ao destino. Enfrentar a multidão de rostos desconhecidos, a calçada cheia de buracos, o calor humano enaltecido. Eu enfrentei hoje. Até com os pingos da chuva, o vapor quente que subia o asfalto: coisas que ninguém tem explicação. E eu também não entendo. 
    Visto que eu decidi ficar hoje aqui, sozinha nesse apartamento, até que estou me saindo bem. O cheiro de amaciante infestou o quarto e o cheiro de alho insiste em permanecer entre meus dedos. Ao menos tive um pouco de ânimo para fazer algo para mim. Até porque há muito tempo não fazia. As unhas. O cabelo. Tudo muito maltratado... Hora de rever!
    As tardes alegres já não fazem mais parte do meu menú diário de objetivos. Não acordo pensando no 'hoje serei feliz', é tudo muito artificial e passageiro. Não quero fazer parte dessa massa que não me corresponde. 
    Quando eu era pequenina, achava que quem era depressivo usava preto e passava batom escuro. Uma grande bobagem. Quando ela surge, não escolhe um gênero, escolhe uma sentença. A minha esteve por aí, branda, amena. Porém não pequena. 
    E se me permitem, eu acredito sim que há solução para tal. O que está por vir é o que ninguém sabe. Será que nós mesmos traçamos nossos rumos? Será que não existe algo por trás de tudo isso? Questões sem solução. 
    Melhor que eu me abrigue num lugar só meu. 

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