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    Desacelerar


    Ronronado da pequena gata em meus ouvidos às cinco da manhã. É domingo. É o meu único dia de folga programado para fazer o que quiser, quando quiser. Seja o lugar que for. Abro os olhos para o teto branco, as luzes do hospital acesas e muita gente trabalhando. Uma fresta da janela faz entrar um frio exorbitante - melhor fechá-la para não agravar o resfriado.
    Levantar-me agora seria uma saída, mas opto por ficar deitada e pensar no que (não) fazer. A tosse atrapalha um pouco os pensamentos mais impetuosos e que fogem do controle da mente num piscar de olhos. É o que me faz acreditar que eu não sou dona de auto-controle algum. Tudo acontece aceleradamente, porque uma coisa na minha mente tem sede de rapidez. Tudo acontece e não acontece, porque os atropelos estão ali e sinto que dessa vez não houve tropeço, nem queda... Um acidente gravíssimo que está esperando por socorro, alguém que acuda. Talvez o jeito seja apoiar as mãos no chão firme, levantar mesmo que machucada, sair mancando e se recuperar. Já não é a primeira vez, não é? E talvez nem seja a última.
    Eu queria muito saber frear, desacelerar. Que minha vida fosse vivida em slow motion. Mas por que diabos isso só acontece nos filmes?



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