Às vezes essas luzes fazem um light painting desgraçado nos meus olhos. Essa zona pra lá e pra cá de carros e esse barulho infernal. Gosto disso.
Porque é difícil.
Essa torneira pingando a noite inteira, pacientemente. Calma. Consegue encher um pequeno balde que armazena a água que vou reproveitar.
Esse meu olhar vazio, meio que distante. Já tá quase na hora, né?
Ouço a batida de carro. Ouço a gritaria e o desespero de quem convém. Mas não eu. Mas não à mim. Completo a tarefa do silêncio, o silêncio daqueles, sabe? Mudo. Caladão. Mas a cegueira nunca aparece.
E nem nunca aparecerá.
Já secou a roupa.
A roupa já secou.
Tá na hora de aprender a lidar com isso.
So.LIDÃ.o.
O vazio e o frio com o calafrio que afasta do peito tudo isso e tudo aquilo que eu nem sei se existe ou não existe. Que sobrevive ao tempo. Mas que corrói. Corrói.
Inferno...
E olha que isso não tem motivo e nem razão. Estufa o peito mas não cabe na palma da mão. Talvez a batatinha que quando nasce, se esparrama pelo chão.
Silêncio.
Entende?
Silêncio.
Tá vendo?
Silêncio.
Silêncio.
Não mais.
Silêncio.
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