Vira e mexe, a gente se encontra num estado de avidez em experimentar algo sem saber o que é. O irreconhecível. Salivamos por algo intitulável e saciamos apenas quando nos recordamos do que provavelmente poderia ser. Talvez o gosto adocicado de alguma coisa esquecida na mochila, perdida há dias e esperando para que seja degustada.
A penúria, ou talvez o grandíssimo receio de deixar-se e encontrar-se em plena paz é, talvez também, um grande campo minado. Onde duas vidas que se encontram de uma maneira completamente estapafúrdia (e estapafúrdia principalmente pela gana e pela rapidez que quer/deseja que aconteça) contemplam um terreno baldio de sensações que foram deixadas na gaveta do armário. Sempre disse que é bom estocar sensações.
Jeito maluco de pensar que existe algo de muito bom acontecendo, só não há como prever desfechos - quiçá trancas de portas para abrir.
Há no peito um vazio que preenche.
E um estardalhaço de coisas que esvaziam.
Na testa, uma interrogação descomunal. No peito, uma sensação obscura porém deveras tangível.
Mas intangível é o que se pensa e o chão que percorro.
Intangível é...
- Você também tá assim?
- Acho que estou....
- Por que acha?
- Porque impossível saber exatamente como você está, mas me identifiquei com a descrição (gosto de precisão, lembra?)
- Acho que estou....
- Por que acha?
- Porque impossível saber exatamente como você está, mas me identifiquei com a descrição (gosto de precisão, lembra?)
Que estranho...
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