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    1977


    Terceiro dia levantando da cama ao meio-dia. Mal olhando no espelho para não ver as olheiras. 
    Pentear o cabelo, já dá para amarrá-lo. Desordem.
    Esses brincos, tão característicos... São da minha mãe, e são de 1977. 
    1977, cara. Deve ter sido um ano muito bom.

    Esquento o café velho no microondas. 1 minuto.
    Corto o pão. 2 fatias de mortadela.
    Queimo a língua com o café.
    Engasgo com a cápsula de remédio pra espinhas.
    Subo as escadas, volto para a cama.
    No iTunes, Offshore Banking Business do The Members, de 1980. Bela música.
    Os pés pedindo por um trato, as unhas das mãos também.
    O cabelo assimétrico que, na verdade, já é uma característica minha.
    A cor vermelha das madeixas.
    O tênis de cano alto, 37.
    As calças eram 48, agora 44.
    O sutiã 46, agora 44.
    Livros? 6 esperando pela leitura. Mas a preguiça é 24/7.
    O calendário? 09/09/12.
    Meu aniversário? 12/12/12.

    1977.
    A música. 
    A atmosfera. 
    Meus pais viveram em 1977. 
    Casamento em 1980. 
    Max nascendo em 1981. 
    Eu e Filipe, primo meu, em 1985. 
    Bruno, primo meu, em 1988.

    Acho incrível a história dos brincos. São 3 pares. Azul, vermelho e preto.
    35 anos.
    35 anos e intactos.
    As coisas de antigamente não eram descartáveis como isso que vivemos hoje. Dia sim, dia não. Estamos preguiçosos demais, não vivemos intensamente. Estamos nos preocupando com coisa que não devemos. Damos valor demais a muita coisa que não vale a pena.
    E hoje, escolhi o brinco preto para usar. 
    Pelo menos 1977 está comigo hoje!

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