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    Não dá. Não dá. Não dá. Não dá.


    É sobre isso que eu tenho evitado de falar assim, publicamente. Tenho tentado até evitar sentir, mas "evitar sentir"? Cara, isso não existe. É isso que tem me deixado tão insone, talvez até tão inconstante. Querendo que tudo, de certa forma, fique bem no final e afinal. Afinal, tudo há de ficar bem.
    Isso que me aflige tanto. Que me faz comprar chocolates e me trancar no banheiro para que ninguém veja o que eu passo. Para que ninguém saiba o que eu sinto. Não pelo menos aqui e não pelo menos agora. Não hoje, talvez nem amanhã.
    Essa coisa que enche meu peito de ar, e um vazio imenso... Talvez um lugar sem chão, sem teto, sem parede, sem orgulho, sem nada. Sem saber que lugar é esse. E soa bastante esquisito. Soa esquisito achar que nada será igual. Parece até que nunca conseguirei (ou sentirei) algo parecido como isso que eu tô sentindo. Até achei uma vez, mas dessa vez veio com tudo. Com tudo, a dor. Com tudo, o sofrimento. O meu modo de ficar calada no meu canto. O meu jeito de encarar essas coisas. O meu jeito de gostar.
    E não está fácil.
    Eu tentei evitar, mas é bem mais forte que eu. Praticamente impossível passar um dia sem pensar.
    E é ridículo. É sim. É ridículo.
    Eu adoraria poder andar nas ruas tranquilamente, sem me preocupar com absolutamente nada. Adoraria poder tirar esse peso das minhas costas e ser mais feliz do que já sou. Poder compartilhar essa felicidade publicamente. Talvez até ser mais discreta em relação a essa felicidade, porque só eu viverei. Só eu saberei a intensidade e o tamanho disso tudo.
    E eu tô deveras confusa.
    Confusa e com medo.
    Medo de perder, sabe?
    Perder de novo.
    Talvez seja essa minha mania de ser tão intensa que fode com tudo. Mas eu sou assim, e há quem curta. Há quem curta. E há quem se divirta comigo. Tá complicado... A vida tá complicada. 
    De um lado, a leveza. Do outro, aquela vontade de viver tudo isso. Mas opto por ficar calada. E sofrer calada. E viver calada. E poder ver quando der. E poder abraçar.
    Tô fodida. E tá foda, bicho.
    Não dá pra esconder o que eu sinto por você, Ara. Não dá. Não dá. Não dá. Não dá.
    E eu ainda consigo sorrir com essas babaquices.

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