A-leum-dab-da

É evidente que eu sou uma grande entusiasta do cinema coreano (presente aqui já pela terceira vez consecutiva, mas é mais que claro que eu trabalhe um outro lado da minha mente analisando a maneira de como os coreanos enxergam as coisas e transformam o que chamamos de "crueldade" em uma belíssima história cinematográfica).
Todos os sentimentos ruins em um filme só. Nojo, repúdio, indignação. Sentimentos esses que senti ao assistir A-leum-dab-da (Coreia do Sul, 2008), e todos ao mesmo tempo. Aqui, Ki-duk Kim trabalha como produtor enquanto a direção fica por conta de Jae-Hong Jeon.
Trata-se da história da jovem Eun-Young: abençoada de uma beleza peculiar, Eun-Young desperta a admiração de diversos rapazes e inveja das mulheres. Um desses seus admiradores persegue e faz filmagens da jovem, até que decide invadir sua casa e, numa atitude doentia, traumatiza a garota com violência sexual. Após esse episódio, Eun-Young enxerga sua beleza como um retrato de sua maldição e encontra-se traumatizada, tentando destruir sua aparência para esconder-se do mundo ao seu redor.
Seu trauma tornou-se caso de polícia e, consequentemente, o policial escolhido para tratar do assunto juntamente ao delegado decide protegê-la e apaixona-se gradativamente pela moça, tornando-se em um novo e natural perseguidor. A jovem é tomada pela ansiedade e pela repulsa que sente pelos homens e em situações mais extremas, passa a ter alucinações com o responsável pela sua loucura.
Por mais que o assunto seja mais que comum, como a violência sexual e perseguição, tive vontade de parar de ver o filme por 3 vezes. Senti uma repulsa tremenda também pela presença de comentários machistas e a forma que alguns homens enxergam as mulheres, culpando-as pelos abusos. Visto que, por abordar um tema abusivo e intenso, o filme me prendeu do início ao fim, justamente pelo desprezo que senti com o decorrer das cenas.