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    Run, N., run!


    Elas se apaixonam por todas as minhas histórias de amor mal acabadas, pelas não começadas e pelas terminadas. Pelas paixões distantes, elas se apaixonam pelas minhas histórias de amor. E não é como um bom flash back, é como um déjà vu ruim. É como um retrocesso por um tempo que esperei: no ponto de ônibus, na janela, na escada rolante, no elevador, no corredor. Todas as histórias esperaram e perduraram por um bom tempo até apodrecerem de tanto esperar e esperar. E talvez tentar de novo não tenha tanta graça. 
    Esperar, esperar. Cansei tanto que nem penso mais.
    Não espero por ninguém que me estenda a mão por solidariedade. 
    Abandonei todo e qualquer vício que me levavam à solidão, exceto a solidão em si. Apostei em caixas de remédios, organizei as roupas, troquei os móveis de lugar: não sobrou resquício para relembrar, não sobrou vaga memória para relembrar, a dor passou a ser suportável mas às vezes lembro.
    Sirva meu copo com dois dedos de água filtrada, parceiro do meu antídoto. Partido ao meio tem menos efeito. Menos efeito significa mais felicidade e menos felicidade. Talvez eu tenha me esquecido disso. Copo meio vazio ou meio cheio: surte efeito.
    Agora é mais suportável, mas é suportável e não inesquecível. Foram apenas as nuvens que mudaram suas formas e a maioria eu não observei. "Experimentar é a única maneira de estar vivo, ou tudo se resumirá a respirar e ver tudo passar... Sem vontade, seu corpo se torna um instrumento, um objeto que não tem razão para existir além do que vem do sentido dado pela vontade exterior. Sem vontade, seu corpo se torna um instrumento.". Sem vontade eu flutuo em achismos e conformismos apenas para tentar ser forte. O problema é passar a fugir das situações, deixar de enfrentar a queda, não saber levantar.
    Juro, ainda me levanto.

    2 pensantes:

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