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    Hashi


    "Não há como saber, pelo menos com antecedência, se viver juntos acabará se revelando uma via de tráfego intenso ou um beco sem saída. A questão é atravessar os dias como se essa diferença não contasse, e portanto de uma forma que torne irrelevante o problema de "colocar os pingos nos Is".
    BAUMAN, Zygmunt. Amor líquido.

    Água fervendo.
    É engraçado, mas é pro miojo. Miojo esse que comi com um par de hashi da hello kitty que comprei há 2 anos atrás, mais ou menos na época em que parei de atualizar este blog.
    Analogando hashis e miojos de frango, por assim dizer: o prato em si é, basicamente, quente, fácil e rápido de fazer, faz mal e não sustenta; o hashi requer habilidade, paciência pra conseguir manusear e muita gente desiste de aprender a usar ("não sou japonês, por que diabos vou usar isso?). Mas dá pra ver que esse hashi vai servir pra comer mil outras coisas, é só saber usar. E o miojo... Bom, o miojo é só um meio rápido de matar a fome, mas que é campeão em sal. Ele te engana por alguns momentos, te sacia e te aquece, mas é passageiro.
    Quando aprendi a mexer com hashi, fui experimentando pegar tudo quanto é comida pra ver se conseguia segurar. Das mais sofisticadas às mais simples, das mais salgadas às mais adocicadas.
    É uma bela d'uma comparação babaca a minha. Mas hoje, comendo miojo com hashi, pensei que o hashi (caso representado como um sentimento puro) seria a sustentação para o amor, já o miojo seria o alvo (ou seja, as pessoas que vamos conhecendo). E o importante é saber lidar com tudo isso, desde as pessoas que não vão acrescentar em nada, as mais difíceis de lidar, e as mais prazerosas em conhecer.
    Hashi, miojo, amor, pessoas. Na real, tanto faz. Na real, é que a gente sempre vai buscar algo novo pra saciar essa fome de sentimentos. Saciar essa vontade de conhecer alguém novo, que vai ser facilmente manuseada por esse seu hashi.
    Basicamente parte do princípio de que cada prato que vier à sua frente é um desafio, e não um problema.
    Não dá pra ficar reclamando se está sem sal ou apimentado demais se a intenção do outro é boa.
    Ou talvez só observar que o carinho ali colocado vale mais que a cara do prato, o tamanho do prato, ou se falta alguma coisa.
    O negócio é apreciar cada prato que surgir na sua frente. E, diga-se de passagem, todo mundo gosta de comida que faz mal. Assim como na vida todo mundo sofre por amor, não propriamente curte passar por isso, mas aprende. E aprende muito.

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