Sinto sua falta.
Sinto saudade da infância em que eu passava as tardes assistindo TV Cultura, comendo bolinho de chuva até enjoar, zuando com os primos e brigando com o irmão.
Sinto saudade.
Dos livros da Barsa que tanto me ajudaram a empurrar os trabalhos de escola com a barriga e dar a impressão de que eu era a CDF da turma, mas nunca fui.
Senti sua falta.
Quando percebi que era tarde demais pra correr atrás, tentar ser a neta exemplar.
Você me viu casar. Me viu viver uma falsa felicidade, mas me viu sorrir.
Me deu 100 reais e uma fritadeira elétrica. Mas nunca soube o quanto foi (e é!) especial pra mim.
E eu fui a última a te ver viva. Esperou que todos fossem embora pra poder partir.
Eu fui lá fora respirar pra poder chorar e sem que ninguém me visse, e nesse momento você se foi e parte de mim foi junto.
E nem Avon eu compro mais.
Nem Demillus.
Nem vejo catálogos da Hiroshima.
Nunca mais vou ter aquele momento em que você dizia "Quer bolacha? Tem bolo! Come mais um pouco!"
E nem sei que fim levou os livros da Barsa.
Sinto sua falta... há 1 ano. Mas, olha. Melhor que todos nós você está e... cê sabe: nem nessas coisas eu acredito.
E você me fez chorar com esse texto...
ResponderExcluirTenho a sorte de estar trancada numa salinha. Sozinha.
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