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    Coca-Cola sem gás


    Dias como esse, de calor, em que eu me pego em horas insones. Incapaz de relaxar, apenas escolher o lado gelado do travesseiro: sem sucesso. Abro a geladeira e a Coca-Cola sem gás (e sem graça) faz com que essa seja a companhia dessas horas completamente insones. E eu bem que deveria estudar. Aliás, comecei a fazer tal coisa. E o primeiro parágrafo já me ensinou um bocado de coisas importantes, porém complicadas demais para descrever afinco, ainda mais nesse espaço que eu, carinhosamente, chamo de blog.
    Rastejo até a porta do banheiro, o ar quente que entra pela janela me incomoda bastante.
    Lavo o rosto, sinto o cheiro do sabonete de cereja. Olho no espelho e, pasmei, adquiri belíssimas e profundas olheiras. Desaprendi a dormir em paz. Difícil encostar a cabeça na cabeceira da cama sem pensar nas coisas que preciso resolver.
    Dinheiro. Ou a falta de.
    Preocupações. E o excesso de.
    Caminhos. E a ausência de.
    Encostar a cabeça na cabeceira da cama era algo simples na época vivida nos anos 70 pelos nossos pais?
    Talvez sim. Talvez pior. Talvez... diferente.
    Tudo é possível, basta estar vivo.
    Encostar a cabeça na parede e pensar nesses rumos que tomei. No tanto que me ferrei. Mas, sentir na pele é a única forma de viver. Única. Única e irrecusável.
    Eu, ontem, comecei a escrever um conto. Deletei 3 vezes por achar que "escrevi demais". Mas, na verdade, não queria que ninguém o lesse.
    E aumenta a minha falta de sono.
    E sufoco pela falta de ar fresco. Nem o ventilador ultra moderno tem feito efeito.
    A torneira já deu defeito. A máquina de lavar também. A vida apronta e a gente faz de conta que tá tudo bem.
    Mas talvez seja porque esteja.
    E está.
    Nada mais. Nada além. Sem eira, nem beira.
    Sem morrer na praia, muito menos ter um escritório nela.
    Apenas ter o prazer de poder sentar e escrever. Mesmo que para o nada, afinal, ninguém comenta. Ninguém nasceu pra isso ou aquilo.
    Viver o que já foi vivido - não comigo. Comigo, não. Não curto figuras repetidas.
    Uma nova cartela, nova porcentagem. Nova vida, nova viagem.
    Olha eu, rimando. Haha. Rimas. Tão solenes. Tão intrínsecas.
    E sem explicação nenhuma.

    Acho que agora consigo dormir.
    Acho que não.
    Talvez devesse estudar.
    Ou "deixar pra lá".
    Pra depois.
    Pra amanhã.
    Pra ontem.
    Talvez pra nunca.
    Mas eu tenho esperança.
    E eu sigo a seta. E ela indica "seguir em frente". Mas, e se eu mudar de posição?
    Retrocesso?
    Retifico: tudo é possível, basta estar vivo.

    E eu não sei que diabos eu tô falando aqui nessa merda.

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