Evidence

Fica bem evidente que o que acontece é simples e talvez passageiro. Mas engana-se quem pensa que eu sou daquelas que desiste fácil. Eu encaro e me aprofundo no porquê das coisas: tão translúcida que mal dá pra ver o que tem atrás de mim, com essa claridade toda.

Fico bem quando deixo minha mente ilustrar em traços finos e precisos, e hoje durmo feito anjo. Começo a acreditar que esses meus passos chegarão em algum lugar, que dará acesso à outro caminho, e assim sucessivamente.

Inobstante ao fato de que eu seja assim, uma garota tão inconstante, é a primeira vez na minha vida que eu falo algumas palavras sem freio nenhum. Não que eu já tive esse freio antes, mas falo tão naturalmente que nem percebo. Inobstante ao fato de que eu queira ter certeza desse fato, eu prefiro me arriscar em falar, nomear os sentidos, buscar palavras que caibam para o momento.

E aquela pequena lágrima que rolou foi por ter, talvez, descoberto o real sentido desse sentido. Não quero classificá-lo como um sentimento. Talvez porque sentir seja algo passageiro e eu quero que isso exista. Portanto isso que acontece é um sentido e não um sentimento. Eu não quero encaixar frases de efeito, frases melosas a fim de tentar impressionar ou chocar. Talvez porque declarações não impressionem ou choquem, elas só assustam. Declaração é tolice que a gente insiste em fazer, querendo ter uma resposta de imediato. Portanto é melhor que eu confie e creia nesse meu sentido, até porque no fim das coisas, tudo dá jeito. Seja assim ou assado. Seja fácil ou enrolado. Eu acredito mais em mim hoje. Estou mais forte que ontem e menos forte que amanhã, tenho motivos para seguir e conseguir o que eu quero. Não tenho nada material para desejar, mas tenho uma baita vontade de poder viver isso que estou vivendo nesse momento. No sentido de ser, não no de sentir. Talvez seja passageiro, mas dou valor para o momentâneo e não ao instantâneo. Pouco a pouco eu consigo. Eu me esforço. Eu sou uma guerreirinha.