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    Prosopopeia


    A vontade incontestável de escrever e o tremelique no pé direito - ansiedade por algo que não chegou e nem vai chegar. E é assim o tempo todo. A mãe aparece com o palmo morno a encostar calmamente no peito do meu pé direito, mas involuntariamente o tremelique retorna. Sinal de muita ansiedade pelo desconhecido.
    As manhãs. Essas manhãs. De profundo vazio no peito, que dói como a dor de uma torneira ao ser apertada por um grifo enferrujado - ou seja, uma dor sem nome, até porque torneira nem deve sentir dor. E se sente, não há como descrever. É o que acontece comigo. Diariamente. A dor e o vazio no peito. Preenche e esvazia. E planta um sentimento inominável e indominável. Bastasse o tempo tomar conta, mas nem mesmo esse parece ser uma boa alternativa para tal.
    Do 'tanto faz' da vida, a gente encara como 'faz de conta'. O que acaba dando no mesmo. Mas a questão é que eu falo muita coisa, falando a esmo. Sem a certeza do concretismo das palavras, apenas no abismo do sentido. E esse sentido não tem mais cabimento ao momento, eu ei de ser aquilo que todos almejam para mim. O que há de bom, há. E o que há de ruim, há de passar. E nada mais será como antes.
    'Faz de conta' que os miligramas servem de escudo para o acaso.
    Talvez como num assopro em um Dente-de-leão: tudo se espalha e some às nossas vistas - e às nossas custas. Basta um assopro. E basta um assovio para chamar a atenção das novas citações e os novos personagens. Até mesmo que seja uma prosopopeia infinita e indefinida: ações, essas, que são consolidadas por ninguém além de nós mesmos, ultrapassando os limites da imaginação. Só para desviar de pensamentos esdrúxulos, sobre aqueles que insistem em nos levar para o 'calabouço'.
    Isso é só uma visão de vida, só um aspecto a ser repensado.
    E eu não estou aqui para ajudar ninguém, se nem à mim tenho tido tanto gosto para tal.

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