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    Mais uma vez


    Vive aquilo que se vê, em uma página branca, imutável pelo modo de ser. Indescritível pela maneira de falar.
    Ouve aquilo que se transforma e capta figuras inimagináveis. Ouve aquilo que se transforma em pedacinhos. Ouve aquilo que se transforma novamente. Ouve.
    Vê aquilo que nunca mais viu. Com outros olhos, outro pavio, outra dimensão, outra qualidade. Vê aquilo que não enxerga e enxerga aquilo que não vê. E não mais.
    Encara aquilo que teme. Teme por aquilo que não prevê. Se entrega de novo ao sentimento mais tolo e tropeça. Pedregulhos no sapato. Há sempre uma desculpa? Ou algo para ser chamado de 'saída'?
    Finge ficar de um jeito para poder agir de outro. Mesmo perdendo o controle, finge.
    Finge naquilo que imagina ser, acontecer. Finge ser forte e ser humano. Finge estar completo. E finge de novo.
    Caminha otimista. Esquece dos remédios. Esquece do cigarro. Esquece de qualquer coisa que leve ao vício.
    A não ser esse vício. Vício esse que aparece do nada. É arrancado de minhas mãos do nada. E nunca está completo.
    Mais uma vez estou perdida e não sei como resolver. Mais uma vez me obrigo a pensar que não devo ser ferida. Mais uma vez, eu sei. Mais uma vez.

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